domingo, 4 de outubro de 2015

O autismo e as dificuldades com a alimentação

A seletividade na alimentação é uma dificuldade recorrente em crianças autistas.Muitas podem ser as causas: disfunção sensorial, falta de rotina, problemas emocionais, inflexibilidade, etc. Primeiramente é interessante quais áreas estão mais afetadas: se a criança come sozinha, se serve sozinha, se aceita alimentos variados, se mastiga adequadamente, se consegue utilizar os talheres, se permanece sentada à mesa, etc.
Não considerando as causas médicas (alergias e intolerâncias), existem algumas táticas que podem ser adotadas no dia a dia para aumentar autonomia das crianças à mesa e melhorar a qualidade da alimentação:
  1. Sentar sempre à mesa, nos mesmos horários, sem distrações, como TV ou brinquedos. Nem sempre é possível, mas o ideal é que todos da família se sentem juntos nas refeições.
  2. Convidar a criança a participar na preparação dos alimentos, em algo compatível com suas capacidades. Pode ser lavar os legumes, separar galhinhos de couve-flor, fazer bolinhas com a massa ...
  3. Durante a preparação, incentivar que ela experimente algo novo. Convidá-la também para a arrumação da mesa.
  4. Fazer o prato da criança colocando pouca comida e com uma variação de cores, mesmo que sejam alimentos que ela não coma. Faça um prato igual para você. Quando a criança for maior, estimule-a a  fazer o prato sozinha.
  5. Estimular que ela se alimente sozinha incentivando o uso de talheres. Ajudar no início, colocando a comida na colher e levando-a até a boca da criança.
  6. Demonstrar como utilizar os talheres, colocar pouca comida na boca, mastigar com a boca fechada. Se a criança mastigar com a boca aberta, feche delicadamente o queixo dela, demonstrando como deve ser feito.
  7. Oferecer de formas diferentes alimentos que ela não goste de comer. Por exemplo: se ela não gosta de saladas, experimente fazer panquecas com a massa de espinafre ou uma torta salgada com a massa de couve.
  8. Estimular que a criança participe também da limpeza, jogando os restos no lixo e levando o prato à pia.
Pontos a considerar:
  • Não deixar que a criança se levante enquanto estiver comendo. Deixá-la sair após acabar.
  • Não permitir que as refeições sejam feitas em outros lugares. O cérebro autista aprende melhor quando segue uma rotina.
  • Pode ser feita uma oração ou agradecimento antes de iniciar a refeição, de acordo com a religiosidade de cada família.
  • Pode-se utilizar como incentivo o prato ou jogo americano de algum personagem que ela goste.
  • Não castigar se a criança não se alimentar ou comer pouco. A rotina é que cria o hábito da alimentação correta!
Por Amanda Puly retirado daqui

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